Comboio de Sal e Açúcar, de Licínio Azevedo, tem previsão de estreia no Brasil para 2018

12 de setembro de 2017

O western africano, que retrata a guerra civil moçambicana, é mais uma coprodução da Panda Filmes

“Estive em Lichinga, capital da província do Niassa, último ponto onde os comboios paravam antes da fronteira com o Malawi, seu destino final. A cidade estava isolada do resto do país por via rodoviária. A chegada dos comboios era cada vez mais espaçada e uma enorme multidão reunia-se na estação para os receber. Tive a oportunidade de ver uma dessas chegadas e o estado terrível daqueles que desembarcavam, semanas depois do início da viagem em que arriscavam as suas vidas”.

Assim explica o cineasta e diretor porto-alegrense, Licínio Azevedo, sobre a sua motivação inicial para filmar Comboio de Sal e Açúcar em 2015. O longa-metragem de ficção é mais uma coprodução da Panda Filmes  e traz à tona um drama social sobre uma viagem no comboio que leva sal do litoral de Moçambique e na volta traz açúcar do Malawi – dois países africanos . Em plena guerra civil moçambicana, essas expedições eram a única esperança para centenas de pessoas de garantir a subsistência das suas famílias. Cinco quilômetros por hora vagando por trechos de linha sabotados, deixando completamente vulneráveis todos os que nele viajam e que procuram esperança em tempo de guerra. É sobre isso que trata Comboio de Sal e Açúcar, uma narrativa de amor em tempos de guerra, uma viagem a bordo de um comboio de mercadorias que não leva apenas pessoas, mas sonhos.

“O fato do Brasil estar nessa coprodução significa que temos uma dívida moral histórica com a África. O filme, através dos personagens que viajam nos comboios, revista um período, que é posterior à Independência dos países africanos e à disputa pelo poder do espólio que cada nação europeia deixou lá, na época da Guerra Fria, em que dois pólos antagônicos estavam fortalecidos: interesses de esquerda e direita, representados pela URSS e Estados Unidos. O título traz à tona tudo o que envolvia a política mundial naquele período e que dilacerou esses países africanos”, analisa Beto Rodrigues, sócio-diretor da Panda Filmes.

O título foi inspirado no livro de mesmo nome (Comboio de Sal e Açúcar), de Licínio Azevedo, que além de diretor é escritor. A obra, escrita há mais de 15 anos, narra a história de uma enfermeira que se apaixona por um militar durante a viagem em um comboio que, em plena guerra civil moçambicana, procura chegar ao seu destino sob iminente perigo de confrontos militares. Azevedo mora em Moçambique desde 1975 e produziu vários longas-metragens e documentários no INC (Instituto Nacional de Cinema de Moçambique), também fez colaborações em experiências de Ruy Guerra e Jean-Luc Godard, além de ter uma exitosa carreira como documentarista.

A adaptação deste livro para o cinema obteve êxito desde quando era apenas um projeto: é uma das primeiras coproduções brasileiras a ter o aporte simultâneo dos fundos EURIMAGES e IBERMEDIA, além de aportes do Instituto de Cinema de Portugal (ICA) e CNC da França. Segundo Beto Rodrigues, que também é produtor do filme, “a seleção do EURIMAGES geralmente prioriza diretores com uma certa trajetória, porém às vezes é aberta uma exceção para obras de um autor não tão reconhecido, mas que, pela importância social e cultural da obra, a comissão acaba selecionando-a, como é o caso do Comboio de Sal e Açúcar.

O título já estreou em Moçambique em junho de 2017, chega às salas de Portugal em setembro desse ano e tem previsão de entrar em cartaz no Brasil em 2018.

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